domingo, 3 de agosto de 2008

Sobre Fernando Pessoa


Fernando levou uma vida anonima e solitaria, morreu em 1935, de cirrose hepática. Ele nasceu em 1888. Viveu 47 anos inquietos cheios de pessoas dentro de si. Precisava de esvaziamaneto.

Ele é um dos maiores escritores em Lingua Portuguesa.

O fenomeno de heteronimos não resolveu uma questão que Persegue-o por toda a sua vida: a eterna procura e o descobrimento do eu, a mutiplicação da identidade.

Dentre as grande obras de Pessoa, destacam-se os belissimos poemas de Mensagem. Obra que conclui uma releitura do destino de Portugal.

Para se ler Pessoa, tem de se estar de olhos bem abertos, ele não é apenas escritor, é um mago... e a magia dele pode dilacerar a alma...... portanto Cuidado.
Fernando Pessoa
Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo :
"Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Um comentário:

Marcelo Marat disse...

Finalmente você resolveu escrever num blog, menino! Vou acrscentar o link ao meu Ecos do Nada.